segunda-feira, 15 de março de 2010

domingo, 7 de março de 2010

8 DE MARÇO - DIA INTERNACIONAL DA MULHER

Veja outros artigos que o “Intercontextos” já publicou sobre a mulher

8 DE MARÇO - DIA INTERNACIONAL DA MULHER

Zilda Arns - Uma vida pela solidariedade

Num Brasil carente de bons exemplos, de justiça, compaixão, de políticos honestos e comprometidos com a área social, de pessoas dispostas a ajudar sem ambicionar vantagens com o sofrimento alheio, quando surge alguém capaz de preencher uma dessas lacunas já somos eternamente gratos.

Assim, também, devem se sentir milhares de crianças que foram salvas graças às ações simples, porém eficientes feitas pela Pastoral da Criança, que teve como fundadora Zilda Arns. Ela foi responsável por comandar uma rede de voluntariados para diminuir a mortalidade infantil. Em Florianópolis, a primeira cidade a ser atendida - de um índice de 127 mortes a cada mil crianças, recuou para 28 mortes a cada mil nascimentos após um ano de atividade da Pastoral.

Filantropia – Em 1983 surgiu a Pastoral da Criança, ligada a Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), com a missão de educar para passar adiante o conhecimento básico de saúde, voltado à prevenção. Zilda Arns propagou a receita do ‘soro caseiro’ em mais de 32 mil comunidades carentes por todo o Brasil e que são visitadas todos os meses pela entidade. Sua competência e dedicação viajaram o mundo e a médica, especializada em educação física e pediatria, viúva, mãe de cinco filhos, foi indicada três vezes ao prêmio Nobel da Paz, recebeu várias condecorações como as Woodrow Wilson e Opus Prize, entre outras.

Em 2009, Zilda completou 50 anos de medicina, embora tenha atuado mais como educadora que como médica. “Sem educação, trava-se uma luta pela sobrevivência, não para se desenvolver”, disse em entrevista à revista Sorria (março, 2009). Reconhecida mundialmente por meio do trabalho na Pastoral, Zilda levou seu conhecimento para ajudar outros 17 países. No começo deste ano, a médica sanitarista estava no Haiti para realizar mais uma palestra sobre a Pastoral da Criança, quando houve o terremoto.

Ela tinha 75 anos quando morreu, mas deixou para todos os brasileiros e voluntários estrangeiros um grande e valioso exemplo de vida. Se uma pequena semente é plantada com amor e carinho, ela cresce forte, vira uma árvore e dá muitos frutos. Atualmente, a Pastoral da Criança atende cerca de dois milhões de crianças ou 20% das crianças pobres do Brasil, sem contar sua ramificação, a Pastoral da Pessoa Idosa, auxiliando cerca de 130 mil idosos.

No dia Internacional da Mulher devemos sempre lembrar daquelas que enfrentaram muitos desafios para tentar mudar a realidade de uma época repleta de machismo, preconceito, indiferença, desigualdade e violência. Mulheres de fibra que não se curvaram e nem se abateram ao primeiro obstáculo encontrado e, sim, seguiram adiante. Hoje, desfrutamos de suas conquistas. Zilda Arns fez parte desse seleto grupo de mulheres.


Por Joelma Godoy de Mello

Imagem: Zilda Arns por Lina Faria - jornale.com.br

quinta-feira, 4 de março de 2010

8 DE MARÇO - DIA INTERNACIONAL DA MULHER

Marie Curie – uma vida pela Ciência

A vida não é fácil para nenhum de nós. Mas e daí? Devemos ter perseverança e, sobretudo, confiança em nós mesmos. Devemos acreditar que temos um dom para algo e que esse algo deve ser alcançado.”
Marie Curie

Numa época em que infelizmente grande parte das mulheres conquista notoriedade perante a sociedade em detrimento apenas de qualidades físicas, relembrar a trajetória de vida de Marie Curie pode servir como grande incentivo para todas aquelas que sonham com realizações profissionais e em desbravar campos anteriormente creditados apenas ao trabalho dos homens.

Marie Curie (neé Skłodowska) foi o que se pode chamar de uma mulher completa. Viveu para a vida científica, para a vida familiar, e ainda deixou um legado em pesquisa ao qual a humanidade precisa ser grata. Nascida em 1867 em Varsóvia, Polônia, a quinta filha de um casal de professores, Marie passou por necessidades quando ainda era muito jovem. Tanto ela como seus irmãos e irmãs queriam continuar os estudos, mas a família, empobrecida, não podia financiar a vida acadêmica de nenhum deles. Marie, então, fez um acordo com uma das irmãs, ela trabalharia para pagar seus estudos e, quando estes chegassem ao fim, a irmã faria a mesma coisa por ela.

Depois de iniciar seus primeiros treinamentos científicos nos laboratórios do Museu da Indústria e Arquitetura de Varsóvia, Marie rumou para a Sorbonne em Paris, onde passou a estudar física, química e matemática com grande brilhantismo. Lá, ela conheceu seu futuro marido, Pierre Curie, um instrutor da École Supérieure de Physique et de Chimie Industrielles de la Ville de Paris. Naquele mesmo ano, Marie se candidatou a um cargo de professora na Universidade da Cracóvia, o qual lhe foi negado por ela ser mulher.

Em 1896, já casada e mantendo um laboratório junto com o marido em Paris, Marie passou a realizar experimentos com o recém-descoberto urânio, constatando que os raios desse elemento tinham o poder de transformar o ar num condutor de energia. Suas pesquisas incansáveis mostraram que a radiação não surgia da interação entre moléculas, mas provinham do próprio átomo. O que pode parecer uma constatação simples, daria base para diversas tecnologias no futuro, como a invenção do raio-x e da quimioterapia, por exemplo.

Sabendo que a sociedade científica de sua época dificilmente reconheceria tais descobertas como sendo de uma mulher, Marie Curie se apressou em publicá-las na revista da Académie des Sciences. Em dezembro de 1898, Marie e Pierre Curie publicaram outra descoberta, o rádio, um metal altamente radiativo.

Enquanto o casal trabalhava incessantemente em seus experimentos científicos, ainda não desconfiavam das consequências que o manuseio de tais elementos traria para sua saúde. A exposição à radiação em seu laboratório era tão alta que, à noite, quando iam se deitar, as mãos e partes da roupa emanavam um brilho azul-esverdeado no escuro.

Em 1903, Marie recebeu o Prêmio Nobel em Física. Oito anos depois, já mãe de duas filhas, recebeu o Prêmio Nobel em Química, se tornando um nome conhecido e respeitado, porém não o suficiente para ser aceita como membro da Académie des Sciences; o motivo, novamente: por ser mulher. No mesmo ano, Marie foi hospitalizada com complicações de saúde.

As consequências da exposição à radiação haviam começado. A saúde do casal fora afetada, mas, mesmo a par dos riscos, e depois da morte do marido, Marie decidiu continuar sua dedicação à Ciência. Os últimos anos de sua vida ela passou em seu laboratório e realizando atos beneficentes. Em 1934, morreu do que na época foi diagnosticado como um tipo avançado de anemia, o que, hoje, é conhecido por leucemia e que, graças ao seu legado, pode ser tratada.

O laboratório de Marie está atualmente preservado no Museu Curie, em Paris. Suas anotações, objetos de trabalho, e até mesmo seu livro de receitas culinárias estão guardados em caixas especiais, devido à alta radiação que ainda emana deles (ainda brilham no escuro), e para serem consultados exigem todos os aparatos anti-contaminação.

Marie Curie é um exemplo de coragem e competência. Primeira mulher a receber um Prêmio Nobel, ela é uma das responsáveis por provar que a mulher é tão capaz quanto o homem intelectualmente. Devido à doação que fez da própria vida para a física e a química, hoje milhares de mulheres têm chances de sobreviver ao câncer.


Por Maricy Ferrazzo


Fontes: Wikipedia.com
nobelprize.org