sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

A sujeira nossa de cada dia


Como poderíamos deixar nosso mundo mais limpo? Diminuir o consumo de supérfluos é uma opção. Quando compramos apenas o que é necessário para o nosso dia a dia temos menos lixo para descartar. Pode ser uma bobagem, mas cada ser humano produz, em média, mais de um quilo de lixo por dia e quase 400 milhões de toneladas em todo o planeta anualmente. Do destino desses resíduos depende a nossa qualidade de vida. O acúmulo de lixo em aterros sem tratamento adequado contamina o lençol freático e gera epidemias, entre outros infortúnios.

A reciclagem tem que fazer parte do nosso cotidiano, um hábito que ajuda a poupar recursos para as gerações futuras. O reaproveitamento reduz gastos, gera riquezas e pode até virar arte. O custo em jogar um papel na rua pode ser medido ao esforço que dispensamos por não depositá-lo no recipiente mais próximo. As conseqüências se refletem nos bueiros entupidos das primeiras gotas que caem do céu e inundam avenidas e ruas.

Ainda é comum ver pessoas jogando papéis de propaganda nas calçadas, palitos de picolé e outras embalagens nas areias da praia, atirando latinhas pela janela do carro, entre outras infrações. Esta última é mais grave porque além de poluir pode provocar acidentes. Apesar das inúmeras placas de sinalização para orientar condutores e pedestres, muitos parecem ignorar os avisos e agem como se ninguém se importasse com a explícita falta de educação e cidadania.

Para podermos cobrar de terceiros a limpeza do nosso bairro temos que ser capazes de manter o mínimo de higiene no espaço em que vivemos. Esse espaço pode ser um parque que freqüentamos nos finais de semana, o caminho que percorremos para ir ao trabalho, a escola ou mesmo o quintal de nossa casa. Cuidar, preservar, economizar e reutilizar são os primeiros passos para viver melhor e numa sociedade pluralista. O pensar e agir individualmente só piora as ações que tentam integrar e proteger nosso planeta.


Por Joelma Godoy de Mello

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Demagogia sustentável


Papel. Desde que se inventou o pergaminho, toda a civilização precisa dele. Com a chegada do computador e, principalmente, da Internet, o uso do papel foi um pouco amenizado, contribuindo para a preservação do óbvio, das árvores. Mesmo assim, ainda há quem prefira tudo bem impresso. São panfletos, encartes, brochuras informativas e toda espécie de impressos que vão, na maioria das vezes, para o lixo. (Isso quando não vão diretamente para o chão)

Um desperdício. Do óbvio, novamente. Mesmo com a postura “verde” tão em voga na atualidade, mesmo com a possibilidade da reciclagem, inclusive como um novo nicho de mercado, mesmo com o assustador desmatamento das florestas pelo mundo, ainda assim existe a absurda utilização irresponsável do papel. E esse é um crime que deixa provas.

Experiência própria. Tenho entre as mãos uma revista que veiculou propaganda de uma grande empresa multinacional. A propaganda é feita por meio de um encarte que se desdobra em várias páginas cujo papel é aquele mais grosso, mais caro, mais devastador. Mais árvores foram derrubadas para a sua confecção. E de que forma o fato dessa propaganda ser veiculada nessa condição “especial” faz com que seja mais efetiva? Não vejo pontos positivos nessa conduta.

Vê-se inúmeros discursos pró-ecologia partirem da iniciativa privada, mas são apenas palavras, na maioria das vezes. Numa sociedade da imagem, basta dizer-se sustentável, não há a necessidade de adaptar a conduta à retórica. A multinacional em questão, fechava o seu encarte com um slogan que destacava a sua postura por um futuro melhor! É piada?

Vivemos numa democracia, o que podemos fazer para exigir o respeito pela natureza é votar conscientemente. No entanto, há alternativas. Temos o direito e o dever de não apoiarmos posturas que condenarão o futuro dos que herdarem este planeta em que coexistimos. Podemos apontar a hipocrisia do ‘futuro melhor’ falso para dar uma chance ao ‘futuro melhor’ verdadeiro.


Por Maricy Ferrazzo


Imagem: www.jfservice.com.br

Bolsa - de mão e de valores



Se você não é rica ou milionária e não dispõe de saldo suficiente para comprar uma bolsa Louis Vuitton, então, não se desespere. Já é possível alugar uma bolsa de grife para ostentá-la por uma semana ou um mês, pelo menos, na capital paulista, onde a loja funciona. Carregar uma bolsa da marca Prada ou Gucci é um luxo para poucos, os valores são de acordo com o modelo - variam de R$105 a 540 por semana, em média.

Enquanto a crise econômica ainda assola o mundo derrubando ações e desestabilizando o mercado automotivo global, em alguns lugares considerados “centros de consumo” não existe crise. Ou pelo menos, ela não afeta o bolso de quem está disposto a gastar mais de três mil reais por uma bolsa da Valentino. Porém, o que era exclusividade de uma minoria abastada agora pode ser acessível a quase todos. O aluguel de bolsas de grife é um bom exemplo disso.

Hoje o dinheiro é virtual, é volátil na medida em que mudam os valores, na importância que damos ao que realmente interessa no mundo dos negócios. Até pouco tempo atrás o petróleo era o ouro negro do mundo, a Microsoft gerava lucros e despertava confiança entre investidores. Também, a antes inabalável multinacional GM recentemente precisou de ajuda do governo federal para não falir. Nestes meses de incertezas as fortunas mudam de mãos tão rápido quanto o vai e vem das cotações cambiais. Tão rápido quanto às bolsas de aluguel.

Investimento em imagem pessoal

Investir em um objeto que te pertence apenas por uns dias, não parece lógico, mesmo por status ou glamour. O que vale é ser autentica e glamour não é para qualquer um. Desde quando vestir uma marca é sinal de elegância? Seria incoerência acreditar que o uso da griffe possa transformar alguém, que não tenha postura, numa Carla Bruni. A futilidade se dá quando superestimamos algo apenas porque ostenta um nome. A primeira dama americana Michelle Obama em seu vestido simples e sem assinatura de estilista famoso fez o maior sucesso no dia da posse de seu marido.

No site de Claudia Matarazzo, autora dos livros Etiqueta Sem Frescura e Gafe Não é Pecado, ela recomenda: “Estilo é diferente de moda, vem de dentro para fora. A moda passa e o estilo não. É possível encontrar pessoas vestidas com as melhores roupas de costureiros famosos e assim mesmo não parecem bonitas e elegantes”.

Ao agregar um valor sentimental a um objeto, este se torna único e incalculável para ser vendido. Se não fosse assim, as tão cobiçadas peças usadas por Elvis Presley ou Marilyn Monroe, mesmo depois de anos, não teriam porque serem leiloadas. O verdadeiro sentido que damos às coisas que compramos não está na marca ou no preço, mas o quanto eles significam para nós, o quanto usamos e se não são descartáveis.



Por Joelma Godoy de Mello