segunda-feira, 5 de outubro de 2009

BRASIL

O país do futuro

Desde que o descobrimento do pré-sal foi divulgado a posição do Brasil perante o mundo deu um salto em popularidade. Além de já figurar entre os BRIC, o país, então, passou a ter muito daquilo que todo o mundo quer: petróleo. De qualquer forma, riquezas materiais a parte, o Brasil surpreende por uma qualidade que hoje em dia é rara mundo a fora: diversidade.

Temos petróleo, mas também uma enorme frota de veículos abastecidos por álcool; temos uma população mista, somos brasileiros, mas muitos ítalo-brasileiros, sino-brasileiros, afro-brasileiros, árabe-brasileiros, entre outros; temos taxas de pobreza ainda altas, mas um dos maiores mercados consumidores do mundo; temos a miséria, mas ao mesmo tempo uma população que nas pesquisas revela se considerar feliz em comparação aos deprimidos países mais ricos.

É comum encontrar turistas estrangeiros surpresos com tamanha diversidade. É freqüente o interesse do capital estrangeiro diante de tantas possibilidades. E, por tudo isso, é possível chamar o Brasil de país do futuro. O motivo? Diante dos inúmeros exemplos de enrijecimento da capacidade de diálogo e cooperação pelo planeta, as muitas pluralidades do Brasil formam um exemplo a ser seguido.

Hoje, o principal símbolo dessa elevação de credibilidade é a escolha do Rio de Janeiro para sede das Olimpíadas em 2016. Hobsbawn já havia analisado o papel das Olimpíadas no cenário político, e no site da Foreign Policy circula atualmente um artigo intitulado “Why Brazil Won” (Por que o Brasil ganhou?) que, juntos, excluem a necessidade de discorrer mais uma vez sobre a relação Olimpíadas - política externa, basta dizer que nada acontece por acaso.

Outra estrela que brilha no céu brasileiro é a ascensão do país para a posição de 75º no ranking de IDH mundial, o que significa que o Brasil tem melhorado exponencialmente seu índice de desenvolvimento.

São vários os elementos positivos, mas, infelizmente, para comprovar a afirmação de diversidade acima, há também o outro lado: a corrupção e o seu ciclo vital cíclico, o desmatamento de áreas de preservação, as regiões onde falta infra-estrutura contra intempéries (nordeste com a seca e agora o sul com as tempestades), a carga tributária fantástica, o índice de analfabetismo, a precariedade do sistema de saúde, a violência urbana, o tráfico de drogas, entre outros problemas tão ou mais sérios.

Como se pode ver, o desafio que o Brasil lança a qualquer governo é sempre multidisciplinar e, embora seja um motivo de orgulho conquistar a credibilidade do resto do mundo, o primordial é garantir os direitos da população nacional.


Por Maricy Ferrazzo


HOBSBAWM, Eric. A invenção das tradições. Paz e Terra, 2002.
Imagem 01: nytimes.com
Imagem 02: foreignpolicy.com

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