15 mortes e novo protocolo no Brasil
Nova postura de prevenção epidemiológica está sendo iniciada pelo Ministério da Saúde conforme o número de mortes causadas pela gripe A H1N1 chegou a 15. Agora, a prioridade passará a ser impedir novos óbitos ao invés de simplesmente investigar casos suspeitos. Primeiramente, a atenção estava voltada para evitar a disseminação do vírus, porém o crescente número de mortes exigiu nova tática. Suspeitos de contaminação recebem aconselhamento pARa permanecer em casa, como nos casos de gripes comuns.
Contudo, a grande impressão é que as providências são muito amenas e que a população está extremamente vulnerável. O motivo mais básico pelo qual o Brasil deveria tomar medidas mais elaboradas é óbvio. Um país continental com realidades contrastantes e um sistema de saúde historicamente falho parece estar em apuros quando se fala em epidemia viral.
Para ilustrar, uma das recomendações passadas para a população se proteger é de que se lavem as mãos com bastante freqüência, mas este é um país onde algumas regiões mal têm água para a população. Recomenda-se evitar multidões, mas este é um país onde milhões de trabalhadores se amontoam nos veículos do transporte público todos os dias. Isso torna imaginar esse vírus por aqui um tanto assustador.
Talvez o pior seja que se tratam de sintomas com os quais todos estão acostumados a conviver de vez em quando. Parece uma gripe comum. Das duas formas a situação pode ficar insustentável, se todos ignorarem que sua gripe possa ser a suína e se todos passarem a procurar o sistema de saúde por medo, que em dias normais sempre esteve superlotado.
Dessa forma, parece relevante temer as futuras consequências da gripe suína no Brasil. Falava-se que se tratava de um vírus extremamente disseminável, mas cuja capacidade de matar era muito pequena e hoje são 15 os casos de morte só no Brasil. De acordo com a OMS (Organização Mundial de Saúde), já são 120 os países atingidos e um total de 429 mortes, 95 mil pessoas contaminadas. Entretanto, há uma semana atrás, a organização divulgou que não daria mais conta de contar os casos individuais e desistiu de emitir boletins globais com os números mundiais.
Vírus como o H1N1 costumam atingir um pico de contaminação antes de diminuirem os casos, segundo o conhecimento atual dos especialistas. No Brasil, o pico ainda está por vir. Prevê-se que até aproximadamente 67 milhões de brasileiros ainda serão contaminados e dentre estes, até 4,4 milhões precisarão ser hospitalizados.
Por Maricy Ferrazzo
Veja a última nota à imprensa divulgada pelo Ministério da Saúde sobre os casos da Influenza A (H1N1) às 19h44 no dia 15 deste mês: http://portal.saude.gov.br/portal/aplicacoes/noticias/default.cfm?pg=dspDetalheNoticia&id_area=124&CO_NOTICIA=10402
Fonte: Folha
Imagem: newscycle.wordpress.com
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