terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Bolsa - de mão e de valores



Se você não é rica ou milionária e não dispõe de saldo suficiente para comprar uma bolsa Louis Vuitton, então, não se desespere. Já é possível alugar uma bolsa de grife para ostentá-la por uma semana ou um mês, pelo menos, na capital paulista, onde a loja funciona. Carregar uma bolsa da marca Prada ou Gucci é um luxo para poucos, os valores são de acordo com o modelo - variam de R$105 a 540 por semana, em média.

Enquanto a crise econômica ainda assola o mundo derrubando ações e desestabilizando o mercado automotivo global, em alguns lugares considerados “centros de consumo” não existe crise. Ou pelo menos, ela não afeta o bolso de quem está disposto a gastar mais de três mil reais por uma bolsa da Valentino. Porém, o que era exclusividade de uma minoria abastada agora pode ser acessível a quase todos. O aluguel de bolsas de grife é um bom exemplo disso.

Hoje o dinheiro é virtual, é volátil na medida em que mudam os valores, na importância que damos ao que realmente interessa no mundo dos negócios. Até pouco tempo atrás o petróleo era o ouro negro do mundo, a Microsoft gerava lucros e despertava confiança entre investidores. Também, a antes inabalável multinacional GM recentemente precisou de ajuda do governo federal para não falir. Nestes meses de incertezas as fortunas mudam de mãos tão rápido quanto o vai e vem das cotações cambiais. Tão rápido quanto às bolsas de aluguel.

Investimento em imagem pessoal

Investir em um objeto que te pertence apenas por uns dias, não parece lógico, mesmo por status ou glamour. O que vale é ser autentica e glamour não é para qualquer um. Desde quando vestir uma marca é sinal de elegância? Seria incoerência acreditar que o uso da griffe possa transformar alguém, que não tenha postura, numa Carla Bruni. A futilidade se dá quando superestimamos algo apenas porque ostenta um nome. A primeira dama americana Michelle Obama em seu vestido simples e sem assinatura de estilista famoso fez o maior sucesso no dia da posse de seu marido.

No site de Claudia Matarazzo, autora dos livros Etiqueta Sem Frescura e Gafe Não é Pecado, ela recomenda: “Estilo é diferente de moda, vem de dentro para fora. A moda passa e o estilo não. É possível encontrar pessoas vestidas com as melhores roupas de costureiros famosos e assim mesmo não parecem bonitas e elegantes”.

Ao agregar um valor sentimental a um objeto, este se torna único e incalculável para ser vendido. Se não fosse assim, as tão cobiçadas peças usadas por Elvis Presley ou Marilyn Monroe, mesmo depois de anos, não teriam porque serem leiloadas. O verdadeiro sentido que damos às coisas que compramos não está na marca ou no preço, mas o quanto eles significam para nós, o quanto usamos e se não são descartáveis.



Por Joelma Godoy de Mello



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