quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Nosso ninho



Nossa casa é nosso refúgio, nosso aconchego, nosso ninho, nosso tudo. A casa no sentido concreto da palavra é o ‘bem’ mais cobiçado e valorizado pelo ser humano. Não importa se ela é feita de pau-a-pique, de bambu, de madeira, pré-fabricada, de tijolos, um quarto e sala que dividimos com um amigo, uma mansão ou um sobrado.

O que interessa é ter um abrigo que nos proteja da chuva, do sol, das tempestades, nos aqueça no inverno, nos mantenha seguros e longe da malvadeza de desconhecidos. A casa é o nosso referencial, é o que nos acolhe, um lugar para voltar quando regressamos de uma viagem, para receber amigos e a família. Ultimamente, com o advento da tecnologia ficamos mais dentro de casa que fora dela. Para muitos a casa pode ser uma prisão – cheia de grades e alarmes, para outros pode ser como um paraíso – sem cercas ou muros e cercado de árvores.

Por estes e outros motivos - ficar sem casa ou ‘sem-teto’ é ficar sem chão, literalmente. As casas destruídas, pelas enchentes em Santa Catarina e Minas Gerais, por exemplo, expõem a tragédia de milhares de famílias. Elas perderam, junto com as construções, seus sonhos e economias de uma vida inteira, na maioria das vezes. De repente deixaram de ter um lugar para morar e começaram a depender da boa vontade de terceiros.

Não ter onde habitar é como não ter direção, um rumo na vida, um porto seguro, uma parada no final da linha. Por este motivo ficamos tão tristes e comovidos ao se deparar com indigentes, bêbados ou menores nas ruas, praças ou debaixo da ponte. Às vezes, uma simples folha de jornal, uma caixa de papelão ou um cobertor é o mínimo necessário para dar alento ao sem-casa.

Realidade brasileira - Atualmente, o déficit habitacional do país é de 7,2 milhões de moradias. Este número pode ser reduzido se houver mais vontade e interesse dos municípios, uma vez que estes disponibilizam de recursos suficientes para aplicar na construção de moradias e saneamento básico. O programa de Aceleração do Crescimento (PAC) prevê uma verba de R$ 8 bilhões para ser aplicada nesta área, mas por falta de projetos pelas prefeituras estes recursos deixam de ser usados.

Segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), de 2007, 54 milhões de pessoas, equivalente a 34,5% da população urbana no Brasil, vivem em condições de moradia precárias. Ou seja, um em cada três brasileiros que moram nas cidades vive em condições inadequadas.

por Joelma Godoy Mello

Nenhum comentário:

Postar um comentário