Interdependência. Essa característica principal de nosso sistema mundial atual pode gerar inúmeros benefícios, no entanto, os contras são igualmente grandiosos. Um deles é a vulnerabilidade a que todos os países estão expostos economicamente. De certa maneira, essa constatação é óbvia, contudo, até então, ainda não havia sido sentida na prática, dado que a última recessão econômica ocorreu quando o sistema capitalista ainda não havia atingido tal grau de abrangência universal. Ainda assim, é complexo incluir o mundo inteiro na crise financeira, já que alguns países continuam a crescer conforme outros veem sua estabilidade econômica cair por terra.
No time dos que sofrem com a atual crise, a maioria está tendo de lidar com uma reconfiguração de papéis econômicos que está, basicamente, exterminando postos de emprego. O emprego é um dos principais índices da saúde da situação financeira de um país, principalmente porque é o fator que une inevitavelmente as dimensões econômica, social e política.
As conseqüências de perdas massivas de emprego figuram tragicamente na História além do puro desequilíbrio econômico e perda de produtividade e poder de compra. Socialmente, vão desde o aumento da criminalidade até epidemias e surtos de suicídio. Politicamente, acirram rivalidades, xenofobia, segregação.
É, dessa forma, surpreendente que não se veja nenhuma medida verdadeiramente de emergência por parte dos governantes. As reuniões de cúpula têm abordado inúmeros elementos da crise, tenta-se recuperar tal e tal instituição, enxertar dinheiro nesta ou naquela indústria, incentivar o capital privado, resgatar dívidas, fazer empréstimos. Mesmo que todas essas iniciativas ocorram em prol de um novo fôlego financeiro, o desemprego continua a crescer em todo o mundo e, mesmo que muitas economias estejam sustentadas por um modelo muito ligado ao crédito, até quando ele poderá ser sustentado? As notícias veiculadas de todos os lados do planeta mostram:
- EUA: até março cerca de 670 mil empregos haviam desaparecido; o número de desempregados se aproxima dos 12 milhões;
- França: o desemprego atinge seu nível mais alto desde dezembro de 1999, abrangendo aproximadamente 3 milhões de pessoas, num aumento exponencial de 0,1% à 10, 2% em apenas poucos meses;
- Espanha: o índice de desemprego chegou a 17%;
- Reino Unido: a estimativa é que o número de desempregados cresça dos 92 mil atuais para 1,68 milhões até junho;
- Japão: o desemprego chega a 4,4% em fevereiro deste ano, um aumento de 12,4% em relação ao ano passado;
- Iraque: embora o país tenha outro histórico de crise, a quantidade de desempregados alcançou 28% este ano. (60% dos trabalhadores no Iraque são, hoje, empregados pelo governo);
- Brasil: a taxa de desemprego cresceu pela terceira vez, atingindo 9% e se consolidando como a maior desde setembro de 2007;
Segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), espera-se que mais 23 milhões de pessoas percam seus empregos na Ásia com a continuidade da crise global. Os estudos da organização também informaram que 60 milhões de trabalhadores formais migraram para o setor informal, que já em 2008 somava 1,08 bilhões de pessoas no continente asiático.
Estamos diante de uma grande fenda na organização econômica mundial, basta saber se a reconfiguração desse sistema será inclusora ou se haverá a necessidade de deflagração de outros grandes conflitos para novas reestruturações no cenário mundial.
No time dos que sofrem com a atual crise, a maioria está tendo de lidar com uma reconfiguração de papéis econômicos que está, basicamente, exterminando postos de emprego. O emprego é um dos principais índices da saúde da situação financeira de um país, principalmente porque é o fator que une inevitavelmente as dimensões econômica, social e política.
As conseqüências de perdas massivas de emprego figuram tragicamente na História além do puro desequilíbrio econômico e perda de produtividade e poder de compra. Socialmente, vão desde o aumento da criminalidade até epidemias e surtos de suicídio. Politicamente, acirram rivalidades, xenofobia, segregação.
É, dessa forma, surpreendente que não se veja nenhuma medida verdadeiramente de emergência por parte dos governantes. As reuniões de cúpula têm abordado inúmeros elementos da crise, tenta-se recuperar tal e tal instituição, enxertar dinheiro nesta ou naquela indústria, incentivar o capital privado, resgatar dívidas, fazer empréstimos. Mesmo que todas essas iniciativas ocorram em prol de um novo fôlego financeiro, o desemprego continua a crescer em todo o mundo e, mesmo que muitas economias estejam sustentadas por um modelo muito ligado ao crédito, até quando ele poderá ser sustentado? As notícias veiculadas de todos os lados do planeta mostram:
- EUA: até março cerca de 670 mil empregos haviam desaparecido; o número de desempregados se aproxima dos 12 milhões;
- França: o desemprego atinge seu nível mais alto desde dezembro de 1999, abrangendo aproximadamente 3 milhões de pessoas, num aumento exponencial de 0,1% à 10, 2% em apenas poucos meses;
- Espanha: o índice de desemprego chegou a 17%;
- Reino Unido: a estimativa é que o número de desempregados cresça dos 92 mil atuais para 1,68 milhões até junho;
- Japão: o desemprego chega a 4,4% em fevereiro deste ano, um aumento de 12,4% em relação ao ano passado;
- Iraque: embora o país tenha outro histórico de crise, a quantidade de desempregados alcançou 28% este ano. (60% dos trabalhadores no Iraque são, hoje, empregados pelo governo);
- Brasil: a taxa de desemprego cresceu pela terceira vez, atingindo 9% e se consolidando como a maior desde setembro de 2007;
Segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), espera-se que mais 23 milhões de pessoas percam seus empregos na Ásia com a continuidade da crise global. Os estudos da organização também informaram que 60 milhões de trabalhadores formais migraram para o setor informal, que já em 2008 somava 1,08 bilhões de pessoas no continente asiático.
Estamos diante de uma grande fenda na organização econômica mundial, basta saber se a reconfiguração desse sistema será inclusora ou se haverá a necessidade de deflagração de outros grandes conflitos para novas reestruturações no cenário mundial.
Por Maricy Ferrazzo
Fontes: USA – Bureau of Labor Statistics – www.bls.gov
BBC News – www.bbc.co.uk/
International Labor Organization (ILO) – www.ilo.org
IBGE – www.ibge.gov.br
Japan Bureau of Statistics - http://www.stat.go.jp/english/
Imagem: www.zimbio.com
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