sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

ECONOMIA

Inflação teleguiada

A taxa inflacionária brasileira atingiu o maior crescimento dos últimos seis anos, segundo o ponto de referência IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo). Agora, quando o brasileiro tenta encontrar formas de manter seu consumo equilibrado a partir da alta dos preços, resta saber até quando a atual taxa de inflação persistirá. Contudo, tão importante quanto o crescimento da inflação também é a franqueza com a qual ele é admitido.

É, assim, interessante que as estimativas dos economistas tenham atingido agora, num momento de transição política, proporções mais alarmantes. Habitualmente, cenários menos otimistas da economia nacional costumam gerar contra-argumentos por parte dos setores econômicos do governo, porém, no presente momento, a inflação alta permanece ponto pacífico. A partir daí, seria errado considerar que o adiamento dessa constatação tenha sido deliberado?

Poderá ser instrutivo observar atentamente o que se desenvolverá com a política econômica do novo governo, especialmente se logo mais houver uma melhora na situação inflacionária, uma mudança certamente geradora de pontos positivos ao início da administração da presidente Dilma Roussef.

Seria, então, a política monetária do país um campo extremamente sensível à vontade do poder político? Ou pior, estaria ela à disposição das necessidades da política eleitoral? Mesmo diante de uma possibilidade decepcionante e antidemocrática, creio que a resposta seja ‘sim’.



Por Maricy Ferrazzo


Fontes: Exame, O Globo, Veja, Estadão, G1, Jornal do Comércio, Bloomberg, Economic Times, Financial Times, Telegraph.
Imagem: clipartguide.com

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