Podia ter sido evitada a tragédia que abateu a região serrana do Rio, tivessem as autoridades refletido um pouco mais sobre a série de deslizamentos e enchentes do início do ano passado. Quantas outras desgraças ocasionadas por fenômenos naturais serão necessárias para fazer compreenderem aqueles que são responsáveis pela segurança pública que não se pode mais arriscar vidas deixando áreas de risco sem alerta e ações mais objetivas?
As alterações climáticas inauguraram períodos de chuvas intensas, a temperatura mais alta trouxe os temporais intermitentes, com grande precipitação. É possível permanecer aquém dessa nova realidade? Sim, é o que nos diz o número de mortos.
Mesmo com toda a cobertura jornalística das tragédias de dezembro de 2009/ janeiro de 2010, houve quem ainda permanecesse em locais de risco neste verão. Culpa da população? Talvez, em parte, sim, mas os verdadeiros culpados são aqueles que trabalham no setor público, que não providenciaram medidas preventivas. Segundo reportagem da Folha de S. Paulo, o Estado do Rio de Janeiro havia encomendado um estudo sobre as áreas de risco, que ficou pronto e apontou a necessidade da retirada da população. Faltou “apenas” a retirada dos moradores, foi o que o Secretário do Ambiente do Rio, Carlos Minc, disse. Exatamente o crucial não foi feito. Seria isso uma demonstração da inércia de um país doente com a burocratização, satisfeito apenas com o ‘andamento da papelada’?
Agora, o Brasil emergente, que sediará a Copa e as Olimpíadas, com grandes investimentos em infraestrutura (pagos pela população), figura em muitas manchetes pelo mundo como o lugar onde se morre às centenas por causa das chuvas de verão, onde as autoridades públicas são surpreendidas (todos os anos) pelas tempestades.
Será que daqui a um ano ainda seremos “pegos de surpresa”?
Por Maricy Ferrazzo
Fontes:
CNN - http://ireport.cnn.com/docs/DOC-541183?ref=feeds%2Foncnn
Folha Online
Intercontextos - http://intercontextos.blogspot.com/2010/01/enchentes.html
Imagem: montrealgazette.com
Como ajudar? – Veja na Folha como enviar auxílio às vítimas.
domingo, 16 de janeiro de 2011
ENCHENTES 2011
600 vítimas da imprudência
Por quantas vezes errar será humano?
sexta-feira, 7 de janeiro de 2011
ECONOMIA
Inflação teleguiada
A taxa inflacionária brasileira atingiu o maior crescimento dos últimos seis anos, segundo o ponto de referência IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo). Agora, quando o brasileiro tenta encontrar formas de manter seu consumo equilibrado a partir da alta dos preços, resta saber até quando a atual taxa de inflação persistirá. Contudo, tão importante quanto o crescimento da inflação também é a franqueza com a qual ele é admitido.
É, assim, interessante que as estimativas dos economistas tenham atingido agora, num momento de transição política, proporções mais alarmantes. Habitualmente, cenários menos otimistas da economia nacional costumam gerar contra-argumentos por parte dos setores econômicos do governo, porém, no presente momento, a inflação alta permanece ponto pacífico. A partir daí, seria errado considerar que o adiamento dessa constatação tenha sido deliberado?
Poderá ser instrutivo observar atentamente o que se desenvolverá com a política econômica do novo governo, especialmente se logo mais houver uma melhora na situação inflacionária, uma mudança certamente geradora de pontos positivos ao início da administração da presidente Dilma Roussef.
Seria, então, a política monetária do país um campo extremamente sensível à vontade do poder político? Ou pior, estaria ela à disposição das necessidades da política eleitoral? Mesmo diante de uma possibilidade decepcionante e antidemocrática, creio que a resposta seja ‘sim’.
Por Maricy Ferrazzo
Fontes: Exame, O Globo, Veja, Estadão, G1, Jornal do Comércio, Bloomberg, Economic Times, Financial Times, Telegraph.
É, assim, interessante que as estimativas dos economistas tenham atingido agora, num momento de transição política, proporções mais alarmantes. Habitualmente, cenários menos otimistas da economia nacional costumam gerar contra-argumentos por parte dos setores econômicos do governo, porém, no presente momento, a inflação alta permanece ponto pacífico. A partir daí, seria errado considerar que o adiamento dessa constatação tenha sido deliberado?
Poderá ser instrutivo observar atentamente o que se desenvolverá com a política econômica do novo governo, especialmente se logo mais houver uma melhora na situação inflacionária, uma mudança certamente geradora de pontos positivos ao início da administração da presidente Dilma Roussef.
Seria, então, a política monetária do país um campo extremamente sensível à vontade do poder político? Ou pior, estaria ela à disposição das necessidades da política eleitoral? Mesmo diante de uma possibilidade decepcionante e antidemocrática, creio que a resposta seja ‘sim’.
Por Maricy Ferrazzo
Fontes: Exame, O Globo, Veja, Estadão, G1, Jornal do Comércio, Bloomberg, Economic Times, Financial Times, Telegraph.
Imagem: clipartguide.com
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