sexta-feira, 23 de abril de 2010

COMPORTAMENTO


O vexame que virou negócio


A ex-estudante do curso de Turismo da Uniban, Geisy Arruda, após ter processado a universidade devido ao seu quase linchamento, já apareceu em programas de televisão, foi destaque no desfile de Carnaval do Rio e agora vai lançar uma linha de vestidos cor-de-rosa numa estranha alusão ao famigerado vestido que despertou a ira de inúmeros estudantes em outubro do ano passado.

Segundo o site oficial da agora modelo e empresária, a coleção de vestidos se chamará “Rosas Divinos” e estará à venda no site, com a promessa de não serem tão curtos quanto o vestido que a lançou como figura pública (na época da confusão o vídeo que mostra o acontecido na Uniban teve milhões de acessos na Internet e virou notícia em diversos sites e jornais do mundo todo).

Há 50 anos, um incidente como o ocorrido com Geisy teria isolado a jovem da sociedade, por valores hoje quase extintos. Contudo, além da especulação da mídia tê-la tornado outro desses espectros pop, o banimento moral que lhe ocorreu naquele dia na faculdade se tornou substância inspiradora para sua própria iniciativa comercial.

Mais um exemplo de como o imediatismo e as novas ferramentas de comunicação estão possibilitando a criação desses modismos tão superficiais quanto efêmeros, mas que, aos poucos, estão instituindo um desligamento moral do conteúdo existente em cada produto de nossa sociedade consumista, instaurando uma apreciação que não leva em conta se algo é bom ou mau, contanto seja novo e inédito.
Por Maricy Ferrazzo
Imagem: veja.com

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