Liberdade ou loucura?
Com o início da propaganda eleitoral sendo divulgada em diversos veículos de comunicação, um triste retrato da situação política brasileira se repete. São os variados candidatos aos cargos de extrema importância e responsabilidade de nossa democracia que se apresentam como se toda a instituição democrática fosse, não a base sedimentar da coexistência justa e pacífica, mas um circo.
O momento da propaganda eleitoral é a exposição pública do comprometimento e dos ideais que o candidato pretende representar em nome do povo. Como pode ser aceitável que essa exposição não contenha nem o comprometimento, nem um mínimo conteúdo cidadão? Ao invés disso, depara-se com slogans que fazem troça do próprio Poder Legislativo, ironizando sua existência e, dessa forma, anulando a própria razão de ser do candidato.
A Constituição brasileira garante a liberdade de expressão, assim como também o direito à organização partidária, porém, não há coerência no uso desses direitos para depreciar exatamente a instituição que os garante. Porque as “brincadeiras” de alguns candidatos não estão criticando as políticas corrompidas atuais, mas aparecem a esmo, sem um conteúdo definido, ficando a piada pela piada.
Triste é constatar que há quem vote em tais candidatos. São brasileiros que desconhecem quão tortuosos foram os caminhos da humanidade até alcançarem o princípio democrático. Sem mencionar alguns países orientais, que ainda não permitem o voto, ou não o permitem a todos.
Antes todos tivessem o conhecimento de que nossa democracia é representativa, e nela o voto é o único momento amplo em que emana a vontade direta do povo. Antes todos tivessem a consciência de que os representantes eleitos serão um retrato de quem somos; e que esse retrato fosse de liberdade, mas não de loucura.
Por Maricy Ferrazzo